quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Pensamento estratégico...

Embora sejam conceitos diferentes, MARCA e Estratégia, entre outros conceitos complementares, dependem fortemente entre si. Embora essa dependência apresente formatos diferentes em determinados momentos da relação, é no entanto constante.


A construção de uma MARCA, que normalmente se associa a um produto, serviço e entidade singular ou colectiva, pressupões na sua génese um pensamento estratégico, uma pré-visualização dos valores que se quer transmitir e dos objectivos que se querem ver associados à identidade da MARCA. Prevê a antevisão, de um, cada vez maior, conjunto de variáveis que poderão influenciar essa MARCA e capacitá-la para responder ao máximo de variações ambientais possíveis.

Tem sido uma tendência recente e crescente, a construção conceptual da MARCA, anteceder a concretização material da mesma. Ou seja, definir, prever e responder em teoria, às problemáticas levantadas anteriormente, para que melhor se adapte ao ambiente onde se inserirá, diminuindo assim o grau de incerteza e stress.

Ou seja, o processo de construção consciente de uma MARCA pressupõe uma estratégia, mais ou menos complexa, que determine o caminho e os objectivos a que essa MARCA se proporá. Estratégia essa que deverá acompanhar todo o percurso de vida da MARCA, adaptando-se às variações ambientais, identidade e/ou às novas necessidades da MARCA.

É o caso de alguns health-clubs e clubes desportivos recentes, que desde cedo se propõem a um determinado objectivo, que na sua génese definem um conjunto de pressupostos que consideram importantes para alcançar esses mesmos objectivos.

E porque esta relação é bilateral, casos existem, em que é uma estratégia que condiciona o aparecimento de uma MARCA. Ou seja, a convergência de acções, ideias, imagens, objectivos e a repetição dos mesmos, por um individuo, ou um conjunto de indivíduos, tenderá a criar uma nova identidade subjectiva ou material, que reunirá em si todas essas acções. Identidade essa, que passará a ter uma personalidade e que de forma consciente ou inconsciente passara a ser uma MARCA.

Nesta situação temos por exemplo a grande maioria dos clubes desportivos, que nascem da convergência de necessidades e normalmente com objectivos pouco definidos. Que vivem essencialmente do dia-a-dia, fortemente influenciados pelo meio ambiente, resistindo às adversidades e trilhando o seu caminho erroneamente, sustentados num conjunto de pessoas (direcção, sócios e praticantes) que se unem pelo gosto por determinada modalidade.

Estamos então perante dois casos de relação estratégia/Marca. No primeiro a MARCA condicionava fortemente a estratégia e no segundo o inverso.

Independentemente da forma como a MARCA nasça, parece-me importante que ao longo do tempo se tenda para um caminho paralelo (mas não separado) entre MARCA e estratégia, sob pena de no primeiro caso a MARCA de desajustar completamente do ambiente onde inicialmente se inseriu e perder capacidade de se renovar, vendo assim o seu prazo de vida limitado. No segundo caso, de a estratégia levar a MARCA a uma crise de identidade e de valores, a um turbilhão de dificuldades que a colocará em piloto-automático e embora enquadrada com o ambiente, seja incapaz de se diferenciar no mesmo, sendo completamente dependente do mesmo.

Será então importante, que quer se esteja a iniciar um qualquer produto desportivo, baseado numa concepção de MARCA, ou na convergência de identidades, necessidades e estratégias, que ao longo do tempo se tenda a aproximar uma vertente da outra, para que se possa criar um produto com uma identidade forte e com objectivos e um caminho bem traçado e ao mesmo tempo flexível, capaz de se adaptar, de se renovar, sem perder as características que fazem de si uma MARCA (embora podendo subtilmente as ir adaptando).

Uma nota de rodapé para os menos familiarizados com a palavra, ou conceito MARCA. Este não pressupõe apenas um logótipo ou um nome engraçado. Pressupões um conjunto de factores, que vão deste a imagem, à visão, aos valores, à forma como se pretende que o produto, serviço, etc., seja reconhecido, aos resultados alcançados e aos que se pretendem alcançar, à forma de actuação, apenas para citar alguns exemplos de variáveis, sem sequer entrar nas sub-variáveis dentro de cada uma.

1 comments:

  1. Gostei Muito! E sim, a estratégia mais relacionada com a Marca é uma área bem interessante. Se calhar deparamo-nos com muita coisa relacionada e nem nos apercebemos. Abraço!

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