quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sporting C. P. e a gestão da marca

Sporting-Clube-de-Portugal

Recentemente e desde a saída de Paulo Bento (quando a mim, desajustada – mas disso falar-se-á noutros fóruns) que se lançam constantemente nomes para cima da mesa sobre quem será o seu sucessor definitivo.

 

Sendo que pelo meio apareceu um improvável Carlos Carvalhal que desde cedo se percebeu não ser a solução.

 

Poderia aqui enunciar uma série de nomes, mas o que mais tinta tem feito correr é o de Vilas-Boas, com avanços e recuos, negociações e mais negociações e muita especulação nos jornais e televisões, que com a sua sede de audiência, de tudo fazem noticia e furo jornalístico.

 

Ora mas como não se falam de opções técnicas neste blog, falemos então de gestão desportiva e de marca que se tem visto em Alvalade nos últimos 6 meses e nas consequências para os próximos 6 anos, possivelmente.

 

Uma MARCA na sua plenitude pressupõe, pelo menos, uma imagem, valores, estratégia e ideais. E o Sporting enquanto MARCA deverá apresentar tudo isso e muito mais, se pretender continuar a gabar-se de uma marca de topo no mundo do Desporto Nacional e eventualmente Europeu.

 

Pegando apenas no exemplo desta crise da procura de treinador, pergunto eu: que valores tem mostrado o Sporting? Que estratégia tem transparecido para a opinião publica? – parece-me uma completa falta dela aparecerem nomes tão dispares como Manuel José, André Vilas-Boas, Paulo Sérgio e/ou Paulo le Guen, cada um identificado com um tipo de objectivo e liderança bem distinto. Ideais? que ideais se têm defendido em Alvalade? O do ecletismo? O da competição? O Esforço, Dedicação, Devoção e Glória de 1906?

 

Deixei propositadamente a imagem para o fim. Poder-se-á pensar que a imagem está lá. Intocável! O emblema, o estádio, a camisola… Certo a imagem gráfica está realmente intocável. Pergunto agora: e a mental? Qual a imagem que os sócios, simpatizantes e adeptos têm do Sporting?

 

Qual a repercussão que isso tem nas vendas de bilhetes e de camisolas? Qual o valor dessa imagem em milhares de euros? O estádio e as camisolas são iguais, mas a mensagem subliminar que estes mesmos artigos vendáveis transmitem não é a mesma.

 

Quantos pais, amigos, familiares, se sentem agora com menos força de fazer com que o clã sportinguista que os rodeia aumente? que têm eles para argumentar? Qual a repercussão disso em números de sócios daqui a 6 anos? Ou no número de potenciais compradores de camisolas.

 

Retórica: Alguém já estudou o fenómeno FC Porto dos últimos 20 anos? Já se deram ao trabalho de procurar perceber porque razão apareceram tantos simpatizantes portistas e como tal consumidores da marca Porto, no seio do famílias, ou grupos de amigos tradicionalmente benfiquistas ou sportinguistas?

 

Durante 4 anos, o próprio Sporting, provou que não é preciso ganhar, para ter uma marca forte, facilmente identificável e com que muitos se identificavam e vangloriavam.

 

Porquê? Porque havia comunicação!

Boa ou má, agradável para uns, detestável para outros, Paulo Bento assumia toda a comunicação do clube, de uma forma coerente, com um objectivo claro e perceptível por todos.

 

Haviam objectivos definidos, valores a defender, uma estratégia a médio e longo prazo, a defesa de uma imagem e dos seus ideais.

 

E agora?

Não sabemos, porque a MARCA Sporting perdeu a capacidade da comunicação. Até pode estar tudo bem definido dentro da estrutura directiva do clube, mas cá fora pouco se sabe.

 

Termino com um ditado: “À mulher de Cesar, não basta sê-lo, é preciso parece-lo!”

2 comments:

  1. É uma boa reflexão, e eu (não sendo sportinguista) concordo com a problemática, no entanto, penso que a discussão tem necessariamente de ultrapassar a vertente Futebolística da questão. Puxando a brasa à minha sardinha...sugiro uma análise aquilo que se tem feito no Benfica, onde o futebol é o sustento de uma estratégia global, a marca Benfica assenta no Futebol como ponto aglomerador de SÓCIOS e aí sim reside o verdadeiro segredo daquilo que tem de ser hoje em dia uma gestão de um CLUBE-MARCA, que depois se alastra a outras àreas como por exemplo, Fundações, Academias, Modalidades, Comunicação (Televisão)...o verdadeiro ecleticismo! ;)

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  2. Muito porreiro o blog..

    Tambem tenho um de futebol.. se quiseres passa la:

    http://portuguesesnoestrangeiro.wordpress.com/

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